Antes do ano terminar, tinha decidido retomar as minhas leituras que andavam
há dois anos muito desactualizadas.
Comecei pelos clássicos, Dr. Jivago, gostei imenso, embora não tenha sido
uma leitura fácil, ou não fosse ele uma obra-prima e Nobel da literatura.
Passei depois para os romances policiais e agora estou a ler um livro sobre
a vida de Fernão Mendes Pinto e a sua peregrinação.
Os livros são, de facto, grandes companheiros, com eles, aprendemos,
viajamos e até sonhamos.
Mas por vezes, são negligenciados e ficam nas prateleiras somente como
adorno, e não como parte da nossa vida e saber.
Isto tudo, porque ao ler este livro, vejo-me ao espelho de como tanta
informação que não nos é ensinada da escola, mas é tão importante, pois faz
parte da nossa cultura e da nossa identidade com gente Lusa.
E porque é que não falamos destas pessoas que tanto contribuíram para o reino
de Portugal, mas como a História só é contada pelos vencedores e pelos heróis,
fica tanto por contar...tanto u mais importante do que se falou na história
narrada.
Pois embora este senhor não tenha nascido fidalgo, nem nobre, ele levou a
nossa cultura e a nossa Pátria aos longínquos portos do Oriente, e ao regressar
à sua pátria natal, foi deixado morrer miserável. Os seus feitos não renderam
descendentes e somente depois da morte, a sua obra foi elevada a literatura.
Como tantos outros que foram grandes mas que o seu Portugal não soube
acarinhar, e chorasse agora no luto, o que em vida não soube aplaudir...
Ai estes fados tristes que se esquecem que também são regadinhos e fandangos
alegres, cheios de vida e energia...